30/05/2025
Nos últimos meses, uma série de eventos como o JPM Healthcare Week, o Brazil at Silicon Valley, o LatAm Tech Forum e o Web Summit Rio reuniu lideranças globais para discutir as principais inovações tecnológicas que estão moldando o futuro do setor da saúde.
A Arvo esteve presente em todos esses encontros, fortalecendo seu compromisso em estar na fronteira do conhecimento — estudando tendências, trocando experiências e trazendo aprendizados valiosos para inspirar soluções mais eficientes e sustentáveis para o sistema de saúde brasileiro.
O sistema de saúde dos EUA sob pressão: desafios e oportunidades para o Brasil
O sistema de saúde americano enfrenta desafios estruturais profundos: custos elevados, processos fragmentados e uma crise de confiança que afeta diretamente pacientes e prestadores. Ainda assim, em meio a esse cenário, surgem avanços tecnológicos e inovações em processos que o Brasil pode — e deve — observar de perto.
Mesmo com o maior sistema de saúde do mundo — responsável por mais de 5 trilhões de dólares, o equivalente a 16% do PIB dos EUA — o modelo americano enfrenta desafios significativos. Custos excessivos, burocracia elevada, baixa transparência e uma relação fragilizada entre usuários e prestadores ilustram o esgotamento estrutural do setor.
No Brasil, o contexto é diferente, mas os sinais de alerta são parecidos.
A saúde suplementar cresce em ritmo acelerado, mas ainda carrega ineficiências persistentes: desperdícios, fragmentação de processos e baixa digitalização. Não por acaso, operadoras dos dois países operam com margens cada vez mais estreitas — um reflexo direto da pressão por transformação.
1. Insatisfação crescente e a busca por soluções tecnológicas
Nos Estados Unidos, a crise de confiança no sistema de saúde é evidente. A combinação de custos crescentes, baixa eficiência e experiências desconectadas intensifica a insatisfação de todos os agentes: beneficiários, prestadores e operadoras.
Diante desse cenário, cresce a urgência por soluções que promovam mais agilidade, previsibilidade e transparência. A tecnologia tem se destacado como principal resposta — com ênfase em inteligência artificial, automação e integração de sistemas.
Esse movimento acende um alerta para o Brasil. Mesmo em estágios distintos de maturidade, os desafios são semelhantes. Adiar a digitalização e a modernização de processos é correr o risco de repetir os mesmos erros do modelo americano.
2. Similaridades no billing entre EUA e Brasil
Apesar das diferenças regulatórias e estruturais, Brasil e Estados Unidos enfrentam obstáculos semelhantes no ciclo de faturamento e pagamento em saúde.
No Brasil, 20% das faturas médicas apresentam erros, e os prazos médios de pagamento superam 70 dias. Glosas, retrabalho e processos manuais seguem comprometendo a eficiência e ampliando os custos operacionais.
Esse cenário reforça a urgência de acelerar a adoção de tecnologias que já demonstram impacto positivo em outros mercados. Automatizar o billing, padronizar a troca de informações e garantir a integridade das transações deixaram de ser decisões operacionais — tornaram-se estratégias centrais para assegurar eficiência e sustentabilidade no setor.
3. Clearinghouses e pré-autorização como alavancas de eficiência
Nos EUA, as clearinghouses têm evoluído com o apoio de IA e automação, estruturando dados contratuais e padronizando a comunicação entre operadoras e prestadores. Com isso, as transações passam a ser validadas em tempo real, o que reduz erros, evita disputas e aumenta a previsibilidade financeira.
Outro avanço relevante é a transformação dos processos de pré-autorização, que se tornaram mais ágeis e menos burocráticos com o uso de ferramentas digitais integradas.
O impacto é direto: redução de desperdícios, ganhos em eficiência operacional e uma experiência mais fluida para o beneficiário.
No Brasil, esse movimento de transformação já começou. Ainda que em estágio inicial, as tecnologias que otimizam esses fluxos vêm demonstrando resultados concretos — e tendem a se consolidar nos próximos anos.
4. O combate a fraudes, desperdícios e abusos
Fraude, desperdício e abuso (FWA) são fatores que distorcem o uso de recursos e elevam os custos do sistema. Nos Estados Unidos, a ausência de mecanismos robustos de controle tem contribuído para a escalada desses problemas, comprometendo a sustentabilidade do setor.
No Brasil, estima-se que essas fraudes, erros e abusos consumam entre 13% e 16% da receita do setor, o que pode representar bilhões de reais por ano em pagamentos indevidos.
Não por acaso, iniciativas mais estruturadas para enfrentar esse problema começam a ganhar destaque.
Empresas como a Arvo desenvolvem soluções baseadas em inteligência artificial e machine learning que atuam na raiz do problema — identificando padrões suspeitos, evitando pagamentos indevidos e otimizando os fluxos de auditoria.
Essas tecnologias reforçam a construção de um sistema mais confiável, no qual os recursos são alocados de forma mais estratégica e com foco direto no beneficiário.
O futuro da saúde suplementar
O principal aprendizado é claro: a digitalização do sistema de saúde deixou de ser um diferencial — tornou-se uma condição básica para sua sustentabilidade.
Nos Estados Unidos, tecnologias como IA e machine learning já são aplicadas em áreas críticas como prevenção de riscos, gestão de sinistros, detecção de anomalias e melhoria da experiência do usuário. O Brasil pode — e deve — construir uma trajetória mais eficiente, aprendendo com os erros do modelo americano.
Na Arvo acreditamos que a tecnologia é o catalisador de um novo modelo de saúde suplementar: mais integrado, mais transparente e mais sustentável.
O futuro da saúde já começou — e ele será movido por dados, inteligência e decisões estratégicas.